Empenas

Blind Walls
X Bienal de Arquitetura de São Paulo, Exposição Cidade Gráfica, São Paulo, Brasil | 2014 | vistas e silhuetas

Na paisagem do centro de São Paulo, há um elemento arquitetônico recorrente chamado empena cega, a fachada lisa e sem aberturas de um edifício. Sua presença está ligada à legislação de uso e ocupação do solo e à construção de grandes estruturas viárias implementadas a partir da década de 60. Em 2007, com a vigência da lei Cidade-Limpa, que proibiu a colocação de anúncios publicitários nas fachadas dos imóveis, esse elemento tornou-se ainda mais evidente.

Este projeto usa o desenho para estudar as empenas cegas presentes nesta paisagem, destacando seus aspectos espaciais, cromáticos e morfológicos. Estes desenhos foram feitos ao longo dos 2,8 kilometros do Elevado João Goulart (antigo Costa e Silva), uma via expressa de carros erguida a cerca de 6 metros do chão, que oferece um ponto de vista inusitado do entorno. Aos sábados e domingos a via é fechada aos carros, dia em que é possível cruzá-la a pé.

Do alto do elevado, as empenas, que em geral se veem numa perspectiva oblíqua desde a calçada, ganham uma vista mais frontal. Empenas muito próximas entre si e perpendiculares ao elevado só são vistas por completo quando estamos ao lado delas. Empenas avistadas a distância crescem lentamente no campo de visão durante o percurso.

Há empenas que parecem alinhadas entre si, mas que se separam à medida que nos aproximamos. Algumas, paralelas ao elevado, parecem estreitas de longe, porque são vistas lateralmente, mas quando nos aproximamos são tão grandes que parecem inclinar-se sobre nós.

Para este projeto, foram feitos desenhos de observação e de levantamento. Os desenhos de levantamento deram origem às silhuetas das empenas, e levam em conta a quantidade de andares, o estado físico da fachada e a orientação em relação ao norte. Cada silhueta é a vista frontal cerca de 400 vezes menor.

Juntas, as 141 silhuetas formam um alfabeto no qual é possível notar variações de tamanho, janelas clandestinas, muretas e beirais, além dos recortes formados por telhados e edifícios que encobrem parte das fachadas. Cada silhueta é apresentada com o endereço e o nome do edifício a que pertence.

Os desenhos de observação são um registro da percepção do espaço sobre o elevado, principalmente das empenas, com a anotação dos seus contornos visíveis, feitos a cada 60 metros. Esses desenhos deram origem às 88 vistas da cidade apresentadas aqui, metade desenhada no sentido Oeste e metade no sentido Leste.

No final de 2013, 30 protótipos das vistas da cidade foram impressos em risografia, em quatro cores especiais (dourado, amarelo, azul e laranja) sobre papel Filtro 180g/m2. Esta edição revisada, ampliada e impressa em ofsete, reúne numa única publicação todas as vistas e silhuetas.

Ganhador do PROAC LIVRO DE ARTISTA – 2013. Participou da X Bienal de Arquitetura de São Paulo e da exposição Cidade Gráfica em novembro de 2014. Se você tiver interesse em obter o livro, por favor me contate por e-mail.

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Andrés Sandoval, 1973, trabalha em São Paulo. Desde 2003, cria desenhos para livros, estampas, murais e exposições. Estudou arquitetura na Universidade de São Paulo e publica seus desenhos pelas editoras Companhia das Letras, Todavia, Ubu e revista Piauí. Desenhou as estampas para tecido da Neon e Irrita e os murais da Fundação Bradesco, em Bodoquena, MT. Participou da X e XII Bienal de Arquitetura de São Paulo, da exposição Cidade Gráfica no Itaú Cultural e Linhas de Histórias, no SESC Santo André, Campinas e Araraquara. Seus cadernos de campo e desenhos de plantas participaram da exposição Pedra Viva, Museu da Escultura e Ecologia – MUBE, São Paulo. Entre seus parceiros de arquitetura e design, Rosenbaum, Grupo SP, PS2 Design, Bloco Gráfico. — (en) Andrés Sandoval, 1973, works in São Paulo. Since 2003, he has been creating drawings for books, prints, murals and exhibitions. He studied architecture at the University of São Paulo and publishes his drawings with the publishers Companhia das Letras, Todavia, Ubu and Piauí magazine. He designed the fabric prints for Neon and Irrita and the murals for the Bradesco Foundation in Bodoquena, MT. He took part in the 10th and 12th São Paulo Architecture Biennale, the Cidade Gráfica exhibition at Itaú Cultural and Linhas de Histórias, at SESC Santo André, Campinas and Araraquara. His field notebooks and plant drawings took part in the exhibition Pedra Viva, Museu da Escultura e Ecologia – MUBE, São Paulo. His architecture and design partners include Rosenbaum, Grupo SP, PS2 Design and Bloco Gráfico.

Andrés Sandoval, 1973, artista, trabalha em São Paulo. Desde 2003, desenvolve livros, estampas, murais e exposições. Estudou arquitetura na Universidade de São Paulo e publica seus desenhos pela Cia. das Letras, Todavia, Ubu e na revista Piauí. Desenhou as estampas da Neon e da Irrita e os murais da Fundação Bradesco, em Bodoquena.

Participou da X e XII Bienal de Arquitetura de São Paulo, da exposição Cidade Gráfica, Itaú Cultural e Linhas de Histórias, SESC Santo André, Campinas e Araraquara. Entre seus parceiros de arquitetura e design, Rosenbaum, Grupo SP, PS2 Design, Bloco Gráfico.