Socorram-me em Marrocos
Uma seleção de 12 palíndromos selecionados e ilustrados por Andrés Sandoval. Este livro apresenta 32 ilustrações feitas de lápis dermatográfico e aquarela. Impresso em 4 x 4 pantone cores, encadernação singer, 46 páginas, 15,5 x 22,5 (H) cm, capa luva. Texto de Gregorio Duvivier, Marina Wisnik, Sofia Mariutti, Chico Mattoso, Paulo Werneck e Laerte.
Entrevista para a Picturebook Makers:
A proposta deste projeto é ilustrar palíndromos — lembrando que palíndromos são aquelas pequenas sentenças que podem ser lidas de trás pra frente. Quando me aproximei do assunto percebi que estava rodeado de geometrias, formas puras e dobraduras e também pairava uma certa ideia de que talvez o melhor livro seria feito apenas de letras.
Depois de muito desenhar e até abandonar o projeto, retomei com uma decisão forte de deixar de lado essas imagens espelhadas e pesquisas tipográficas para abrir espaço a interpretações mais abertas e cômicas. O projeto virou uma aposta, um esforço de afirmar a ilustração.
Trabalhei com minha linguagem mais simples e familiar para pensar meu ponto vista sobre aquelas sentenças. O único espelho foi a relação entre texto e imagem: um diz uma coisa, a outra responde e vice-versa, e assim achar o melhor ângulo para observar esses pequenos cristais.
Aos poucos fui descobrindo figuras como o nado sincronizado, o espelho de Alice, a Medusa e as estalactites. Fiquei cada vez mais seduzido pela natural excentricidade dos palíndromos, há um certo “mistério do encontro” neles, depois que as palavras se unem, ninguém mais quer separá-las. É bonito vê-las juntas.
Aqui algumas traduções: “Ser cor e ser ocres”, “Lá vou eu em meu eu oval”, “Rir, o breve verbo rir”, “Ele parece tecer a pele” e “Socorram-me em Marrocos”, que virou o título do livro e é um trecho de um dos mais famosos palíndromos do português brasileiro.
Andrés Sandoval, 1973, artista, trabalha em São Paulo. Desde 2003, desenvolve livros, estampas, murais e exposições. Estudou arquitetura na Universidade de São Paulo e publica seus desenhos pela Cia. das Letras, Todavia, Ubu e na revista Piauí. Desenhou as estampas da Neon e da Irrita e os murais da Fundação Bradesco, em Bodoquena.
Participou da X e XII Bienal de Arquitetura de São Paulo, da exposição Cidade Gráfica, Itaú Cultural e Linhas de Histórias, SESC Santo André, Campinas e Araraquara. Entre seus parceiros de arquitetura e design, Rosenbaum, Grupo SP, PS2 Design, Bloco Gráfico.